Assim que o filme do Pequeno Príncipe foi lançado, acho que em 2015, fui levar minha filha para assistir. Ela tinha apenas 2 anos, mas já adorava a história, e foi uma excelente desculpa para ir a família toda para o cinema. Li o livro do princepezinho ainda na infância pela primeira vez, e uma vez mais depois de adulta, mas muitos anos atrás. Lembro-me da sensação de que tudo o que foi dito se encaixou perfeitamente ao meu momento de vida. E assim foi mais uma vez.
Durante o filme, meus neurônios fizeram sinapses freneticamente, eu quase podia senti-las. Em um certo momento precisei começar a anotar, para não perder aqueles insights, que fizeram tanto sentido
{Não queremos uma vida engaiolada de adulto}
O primeiro ponto que pegou para mim foi notar como nós adultos costumamos viver vidas engaioladas dentro do que é certo ou errado, dentro do que é bom ou ruim, sem nos darmos espaços para testar o novo e o desconhecido. Quem empreende tem OBRIGATORIAMENTE que sair de dentro dessa gaiola e viver a vida do lado de fora. Afinal, empreender é errar e correr riscos também. No filme, fica claro que o pensamento comum é de que só tem chance de sucesso quem segue as regras. E na vida real, não é bem assim também? Quantas vezes ouvimos que para nos darmos bem temos que estudar, fazer faculdade e trabalhar arduamente durante muitos e muitos anos, para somente então começar a colher frutos? Essa é uma crença extremamente limitante, e nem um pouco verdadeira. Afinal, "a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos", já dizia John Lennon.
{Cuidemos de nossa paixão como de nossa rosa}
Quando uma rosa nasce no planeta do príncipe, ele passa a cuidá-la, mas logo percebe o tamanho de sua vaidade. É difícil lidar com ela, pois por mais que a ame, o tamanho do orgulho dela o incomoda. Para mim, a rosa nada mais é do que a representação de nossa paixão. Aquilo que amamos fazer exige muito de nós, nos deixa alucinados para lapidar e entregar sempre o melhor. Mas é bom que fique claro que é exatamente o tempo que nos dedicamos à nossa paixão que a faz tão importante, que a faz ser algo de valor único.
{Cativemos nossos clientes como às raposas}
Quando o Pequeno Príncipe encontra a raposa, ela deixa bem claro que não pode brincar com ele, pois ainda não foi cativada, e que por esse motivo ele é igual a cem mil outros garotos para ela, e ela igual a cem mil outras raposas para ele. Que tal então começarmos agora mesmo a tratar nossos clientes como raposas, e pensarmos em como cativá-los? Afinal, clientes não são só mais um número para quem trabalha com o coração. É preciso cativá-lo e ser cativado por ele. Se os cativamos, passamos a ter, então, necessidade um do outro, passamos a ser únicos no mundo um para o outro. E não é exatamente assim que queremos que nossos clientes nos percebam? Como únicos no mundo capazes de entregar o valor que eles buscam?
Quando os clientes percebem em nós a intenção de entregar o valor que ele busca, passa a caminhar lado a lado, se torna parte essecial de nosso negócio, não só porque compra e traz retorno financeiro, mas porque está sempre nos dando apoio quando precisamos, ajudando a disseminar nossa história, contribuindo para cativarmos mais e mais raposas para nossa história.
{Não esqueçamos nossa infância}
A principal lição da história é que podemos sim ser adultos, mas não podemos nos esquecer da infância. Quando esquecemos, nos tornamos adultos comuns. Penso que assim é também com a nossa razão de empreender. Não podemos nunca nos esquecer dela, pois quando esquecemos, passamos a ser empresas comuns, como tantas outras, que entregam apenas um produto por um preço. Quando a nossa "infância" é lembrada nos negócios, trocamos a entrega de um produto ou serviço pela entrega de um sonho. Nossos clientes-raposas compram de nós para receber o nosso conteúdo, a nossa essência. Eles não compram desenhos de carneiros pequeninhos, compram caixas com um carneiro escondido dentro. Cabe a nós manter o carneiro dentro da caixa, e tornar isso claro para quem nos escolhe.
E por fim, mini-dica-extra: libertem as suas estrelas! Boas ideias não são para serem guardadas e contadas como troféu em uma redoma de vidro. As boas ideias são propriedade do mundo, e é o seu papel oferecê-las para o mundo.
E você, já assistiu o filme? Já leu o livro? O que achou da história e como ela se conectou com a sua vida?